sexta-feira, 29 de abril de 2011

Bandidos que seriam ligados ao PCC estariam organizando mais seis ataques


 

Quatro ônibus já foram incendiados somente nesta semana


Flávio Tavares
ônibus queimado
Veículo ficou destruído: homens renderem motorista e atearam fogo



Bandidos que seriam ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) ameaçam queimar mais seis ônibus na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) até sábado (30). Na noite de quarta-feira (27), dois veículos foram incendiados, totalizando quatro ataque nesta semana.

As ações seriam represálias à varredura, realizada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), na Penitenciária Nelson Hungria, em Nova Contagem, nesta semana, para apreender celulares, drogas e armas. Por causa das ameaças de novos ataques, todos os batalhões da Polícia Militar da Região Metropolitana reforçaram, desde quinta-feira (28), as rondas nas linhas do transporte coletivo. As ordens para queimar ônibus estariam sendo dadas por telefone por presos do PCC que estão na Nelson Hungria, conforme informação repassada pelo serviço de inteligência da Polícia Civil.

Na tentativa de fazer uma “limpa” na penitenciária, e suspender os ataques, homens da Secretaria de Estado de Defesa Social voltaram a fazer na quinta-feira uma varredura na Nelson Hungria.

O Comando da Polícia Militar alega que os ataques são um ato de vandalismo. Entretanto, as investigações feitas pela Polícia Civil apontam como responsável pelo incêndio a um ônibus da Linha Ipê Amarelo, em Nova Contagem, na terça-feira, Eliza Camões Batista, 50 anos, mulher de um preso que faria parte do PCC e que está na Nelson Hungria.

O nome do detento não foi divulgado para não atrapalhar as investigações. Na casa da mulher, os militares encontraram três tabletes de maconha e um celular com telefones de pessoas do Rio de Janeiro e São Paulo.


Um dos ataques a ônibus na noite de quarta-feira ocorreu em Vespasiano e outro em Belo Horizonte. Os criminosos renderam os motoristas e cobradores e, em seguida, atearam fogo nos veículos, que ficaram parcialmente destruídos. “Caso a diretoria da Penitenciária Nelson Hungria não fosse trocada, a repressão iria continuar”, esta era uma das frases de um bilhete deixado no ônibus que queimou no Bairro São Luiz. Outro trecho do bilhete dizia: “se continuar nos reprimindo vamo bota (sic) fogo nos ônibus e vamos matar”.

De acordo com o assessor de comunicação da PM, capitão Gedir Rocha, designado pela Seds para falar sobre os crimes, as ações estão sendo tratadas como casos isolados de vandalismo, apesar dos indícios de que tenham relação com as operações na Nelson Hungria. “A polícia trabalha com quatro fatos de vandalismo isolados. Eles estão sendo investigados pelo nosso setor de inteligência e pela Polícia Civil. A carta será periciada e poderá ajudar a esclarecer os fatos”, diz o militar.

ÔNIBUS CONTAGEM
Homens armados atearam fogo em um ônibus em Contagem na quarta-feira. )Crédito: Carlos Roberto)

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