quinta-feira, 28 de abril de 2011

Polícia apresenta suspeito que comandava 80 traficantes


 
No entanto, com o homem não foram encontrados drogas, armas ou grande quantidade de dinheiro



A Polícia Civil prendeu um homem apontado como chefão de um grupo de tráfico de drogas que contava com pelo menos 80 traficantes, distribuídos em quatro quadrilhas, que vendiam crack na Zona Norte da capital e em oito cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e interior do Estado. O suspeito, identificado como Nilton César Viana, 38 anos, foi preso quando bebia cervejas em um bar na cidade de Piúma, no litoral do Espírito Santo, onde estava hospedado em uma pousada.

Ele é acusado, em inquérito, de ser um "empresário" do tráfico que comandava a grande quadrilha mantendo gerentes para cada grupo. Conhecido como "Capão", o homem foi preso para o cumprimento de um mandado de prisão temporária de 30 dias e está recolhido no Ceresp do Bairro São Cristovão, na Zona Noroeste de Belo Horizonte.

"Capão" é apontado como comandante da super quadrilha que foi alvo de um grande cerco da Polícia Civil, no dia 19 de abril, durante a realização da Operação Vento Norte, quando 56 supostos integrantes desse grupo foram presos por força de prisões temporárias decretadas pela Justiça. No inquérito existem denúncias de que a "gangue do Capão", como era conhecida a quadrilha de tráfico de drogas, estava vendendo cerca de 20 quilos de pedras de crack por semana, nas áreas onde atuava.

Nilton César
Nilton César alegou inocência e disse que trabalha ''vendendo galinhas'' (Foto: Maurício de Souza)


A delegada Gislaine Oliveira Rios, que preside o inquérito, disse que a droga era comprada, já preparada para a venda, em São Paulo e no Espírito Santo, e os traficantes tinham como base do tráfico o Bairro São João Batista, na Região Norte de BH. A polícia não informou a movimentação financeira do grupo. Ao ser procurado para falar sobre essas acusações, Nilton César Viana se disse inocente e que está desempregado. Perguntado sobre como conseguiu dinheiro para passar vários dias em uma praia do Espírito Santo, durante o feriado da Semana Santa, ele alegou que trabalha com pequenos serviços e "vendendo galinhas", segundo afirmou.

Ele foi indiciado por crime de tráfico e associação para o tráfico de drogas e, se for a julgamento pela Justiça, poderá ser condenado a mais de seis anos de prisão.

Policiais do 1º Departamento da Polícia Civil que trabalham no caso contaram que "Capão" é um homem que, apesar do seu envolvimento com o tráfico em larga escala, procura não ostentar riqueza com joias, roupas finas e objetos caros, não dispensando, entretanto, automóveis novos. Ele teria repassado para nomes de parentes e de conhecidos várias propriedades que teria comprado com dinheiro proveniente do crime e, além de não fazer uso de drogas, não anda armado e com buchas de crack ou maconha nos bolsos.

No dia em que foi preso, em Piúma, ele estava em companhia de amigos e possuía pouco dinheiro. Nas buscas feitas no apartamento que ele ocupava a polícia não encontrou drogas, armas ou grandes quantias em dinheiro. Apesar de suas alegações de inocência, o suspeito é apontado como o líder dos quatro grupos de traficantes, delegando poderes para gerentes, alguns deles já presos. Ele é apontado, também, como suspeito de ser mandante de vários assassinatos na Zona Norte e cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário