Pena não sofrerá redução por causa das atividades, informou o governo
Publicado no Jornal OTEMPO em 02/12/2011
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KARINA ALVES FOTO: ALEX DE JESUS - 9.7.2010.
Investigação. Bruno chega escoltado por policiais no DI para depor em meio a uma multidão de curiosos
Enquanto aguarda a data para seu julgamento, o goleiro Bruno Fernandes, 27, tenta ocupar cada minuto em que passa na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, com trabalhos manuais. Desde outubro, o ex-jogador do Flamengo recebeu autorização para fazer produzir artesanato com linhas e palitos de picolé. Além disso, ele ainda realiza atividades como faxineiro e treina futebol dentro da unidade prisional. Bruno está detido há um ano e cinco meses acusado de ter sido o mandante do desaparecimento e morte da ex-namorada Eliza Samudio.
O trabalho artesanal foi confirmado ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) que informou ainda que a atividade não conta como remissão penal, ou seja, os dias não serão descontados da pena. Ainda segundo o órgão, a iniciativa para produzir artesanato no tempo ocioso partiu do goleiro e o pedido foi feito para a direção da penitenciária no dia 14 de setembro. A atividade é considerada como lazer, portanto, não está sendo remunerada, ao contrário dos serviços que presta como faxineiro, conforme informado pela pasta.
Chapéus. A ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, 23, contou que o goleiro confeccionou dois chapéus de crochê para as duas filhas e as presenteou no último Dia das Crianças. "Ele deu o presente de surpresa e elas gostaram muito. Chegou a comentar com elas que estava demorando a produzir porque as mãos ficavam doloridas", contou.
Conforme a Seds, atualmente a noiva dele, Ingrid de Oliveira, é a única pessoa autorizada a enviar material e receber o artesanato que ele produz. O envio é feito via Correios e passa por avaliação do departamento de censura da penitenciária.
Como não pode utilizar agulha dentro da unidade, as atividades de crochê são feitas com auxílio de escovas de dente e podem ser feitas dentro da própria cela. Os materiais autorizados para o goleiro usar são palitos de picolé, cola, papéis-cartão e camurça, linhas de crochê e purpurina.
De segunda a sábado, Bruno cumpre oito horas diárias como faxineiro. Durante a noite e nos fins de semana sem visita, ele produz artesanato. O ofício foi ensinado a ele pelos próprios colegas de unidade, durante os banhos de sol, conforme informado pela Seds.
A atividade é considerada como trabalho de ressocialização e a secretaria informou que é comum os presos pedirem autorização para que suas famílias mandem material para atividades que preenchem tempo ocioso.
O trabalho artesanal foi confirmado ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) que informou ainda que a atividade não conta como remissão penal, ou seja, os dias não serão descontados da pena. Ainda segundo o órgão, a iniciativa para produzir artesanato no tempo ocioso partiu do goleiro e o pedido foi feito para a direção da penitenciária no dia 14 de setembro. A atividade é considerada como lazer, portanto, não está sendo remunerada, ao contrário dos serviços que presta como faxineiro, conforme informado pela pasta.
Chapéus. A ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, 23, contou que o goleiro confeccionou dois chapéus de crochê para as duas filhas e as presenteou no último Dia das Crianças. "Ele deu o presente de surpresa e elas gostaram muito. Chegou a comentar com elas que estava demorando a produzir porque as mãos ficavam doloridas", contou.
Conforme a Seds, atualmente a noiva dele, Ingrid de Oliveira, é a única pessoa autorizada a enviar material e receber o artesanato que ele produz. O envio é feito via Correios e passa por avaliação do departamento de censura da penitenciária.
Como não pode utilizar agulha dentro da unidade, as atividades de crochê são feitas com auxílio de escovas de dente e podem ser feitas dentro da própria cela. Os materiais autorizados para o goleiro usar são palitos de picolé, cola, papéis-cartão e camurça, linhas de crochê e purpurina.
De segunda a sábado, Bruno cumpre oito horas diárias como faxineiro. Durante a noite e nos fins de semana sem visita, ele produz artesanato. O ofício foi ensinado a ele pelos próprios colegas de unidade, durante os banhos de sol, conforme informado pela Seds.
A atividade é considerada como trabalho de ressocialização e a secretaria informou que é comum os presos pedirem autorização para que suas famílias mandem material para atividades que preenchem tempo ocioso.
JULGAMENTO
Atividades não devem ser usadas como estratégia
O fato de o goleiro Bruno Fernandes, 27, estar trabalhando e fazendo artesanato dentro da penitenciária não deverá ser utilizado como estratégia de defesa para melhorar a imagem do reú no julgamento. Para o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Augusto Marques, especialista em processo penal, seria imprudência do advogado usar as atividades a favor do acusado. "Se o réu não aceitasse trabalhar no presídio, por exemplo, a promotoria não exploraria isso negativamente. A defesa deve focar no objeto da acusação e isso não inclui usar o trabalho para convencer os jurados", explica Marques.
Ainda segundo o professor, o artesanato que o goleiro faz na penitenciária só serviriam como redução de pena se fosse vendido pelo governo em uma feira de artes, por exemplo, com lucro revertido para alguma instituição. "A restrição da liberdade é uma medida necessária, mas muito drástica. Por isso é importante que o preso ocupe seu tempo com trabalho e outras tarefas", afirmou. (Joana Suarez)
Ainda segundo o professor, o artesanato que o goleiro faz na penitenciária só serviriam como redução de pena se fosse vendido pelo governo em uma feira de artes, por exemplo, com lucro revertido para alguma instituição. "A restrição da liberdade é uma medida necessária, mas muito drástica. Por isso é importante que o preso ocupe seu tempo com trabalho e outras tarefas", afirmou. (Joana Suarez)
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