A PF (Polícia Federal) diz não acreditar no envolvimento de organizações criminosas do Brasil, como o PCC e o Comando Vermelho, na maior apreensão de cocaína feita até hoje no Nordeste --530 kg da droga, que seriam levados no fim de semana a um país africano, a partir do porto de Suape (PE).Ação apreende mais de meia tonelada de cocaína em PE
A droga estava escondida em um contêiner, em meio a uma carga de gesso. Para o superintendente da PF em Pernambuco, Marlon Jefferson de Almeida, a ação tem o perfil dos grandes cartéis do narcotráfico instalados na Colômbia e na Bolívia.
O contêiner com o entorpecente fazia parte de um lote de cinco caixas metálicas com um total de 140 toneladas de gesso que seriam exportados para a África. De lá, acredita a PF, a cocaína seria levada para a Europa e distribuída em diversos países.
O gesso, dividido em cerca de 3.500 sacos, foi produzido e embalado em uma fábrica do sertão de Pernambuco. A carga chegou ao porto de Suape por via terrestre na manhã de sexta-feira e seria embarcada em um navio ontem (9).
O serviço de inteligência da Receita Federal, entretanto, notou que a quantidade a ser exportada era incompatível com o porte da empresa exportadora e iniciou investigações. Ao verificar da possibilidade de tráfico internacional de drogas, acionou a PF.
Com a ajuda de um cão farejador, policiais encontraram os 530 quilos do entorpecente em um dos contêineres. A droga, de alto grau de pureza, estava escondida em 34 sacos de 40 quilos de gesso, dividida em pequenas embalagens com um quilo cada uma. Cada saco de gesso continha, em média, 15 saquinhos de cocaína.
As embalagens dos sacos de gesso onde estava a droga tinham etiquetas um pouco diferentes das originais da fábrica e apresentavam sinais de terem sido violadas, "Pode ser um sinal de que a droga não foi necessariamente introduzida por quem empacotou o produto", disse o superintendente da PF.
Um inquérito foi aberto nesta segunda-feira para investigar o caso. A Interpol e polícias federais de diversos países foram avisadas sobre a descoberta. Os 3.470 sacos de gesso que ainda não foram abertos serão inspecionados "um a um" a partir de hoje.
Desta vez, porém, o trabalho será feito pelos próprios policiais, sem a ajuda do cão farejador. O animal ficou doente após farejar centenas de sacos de gesso e está internado em uma clínica veterinária.
Para a PF, apesar da quantidade a ser inspecionada, são poucas as chances de encontrar mais droga, porque os sacos que restaram não apresentam sinais de violação nem possuem etiquetas diferenciadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário