quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Macarrão pode confessar e entregar todos os envolvidos

Macarrão pode confessar e entregar todos os envolvidos
Publicado no Jornal OTEMPO em 22/11/2012
Avalie esta notícia » 
2
4
6
8
JOANA SUAREZ E NATÁLIA OLIVEIRA
FOTO: HÉLVIO
Macarrão (ilustração) chorou ao saber de adiamento do júri do goleiro Bruno
Galeria de fotos
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a defesa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, estariam negociando um acordo de delação premiada para que o ex-braço-direito do goleiro Bruno Fernandes assuma sua participação no sequestro e na morte de Eliza Samudio e entregue todos os outros envolvidos. Em troca, Macarrão seria condenado a 18 anos e, com os atenuantes, cumpriria apenas três. Como já está preso há mais de dois anos, ele ganharia liberdade já em 2013. A informação é de uma fonte da Justiça mineira. Procurados, o promotor Henry Wagner Vasconcelos e o defensor Leonardo Diniz não quiseram falar sobre o assunto.

A hipótese da confissão surgiu ontem, logo após o processo de Bruno ser desmembrado, adiando o julgamento dele para o ano que vem. Com isso, sobraram apenas Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno, no júri. Uma segunda possibilidade, a de que Macarrão assumiria toda a responsabilidade para livrar o goleiro das acusações, ainda não é descartada.

"Não se surpreendam se o Macarrão disser que ele fez tudo sozinho. Todo esse circo é uma tentativa de tirar a culpa do goleiro pela morte", disse Cidney Karpinsky, assistente da acusação e advogado da família de Eliza.

Caso Macarrão não aceite o acordo e confesse os crimes por Bruno ou seja condenado pelos jurados, ele pode pegar até 36 anos de cadeia - por homicídio, sequestro e ocultação de cadáver. O acordo com a promotoria reduziria a pena pela metade.
Pistas. Vários indícios poderiam ser sinais, ontem, de que Macarrão estaria inclinado a assumir o crime ou a fazer um acordo. Depois que o goleiro saiu do plenário, o réu conversou com seu advogado por mais de dez minutos, chorou e depois falou com vários defensores. Ele conversou inclusive com o outro assessor da acusação e advogado da mãe de Eliza, José Arteiro.

O próprio advogado afirmou que o aconselhou a optar pela delação. "Ele tem que contar exatamente o que aconteceu e falar da participação de cada um dos acusados", afirmou Arteiro. O advogado disse ainda que vai requerer à Justiça proteção ao preso, se ele cumprir o acordo.

Outro indício, segundo especialistas, é que os advogados dos réus - Leonardo Diniz e Carla Silene, de Fernanda - dispensaram a maioria das testemunhas, inclusive as que eles arrolaram. Nos interrogatórios que sobraram, eles fizeram poucas perguntas, a maioria sobre o passado de Bruno e Eliza, quase nada sobre o processo. "São indícios. Os depoimentos não foram esclarecedores quanto ao crime, só se falou da vida de Bruno, das festas, de Eliza", avaliou o criminalista Danilo Fernandes.

Até o fechamento desta edição, às 21h, a negociação com o MPMG estava em andamento e Macarrão ainda não havia prestado depoimento, o que poderia acontecer nas primeiras horas de hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário