domingo, 17 de abril de 2011

Primeiro discurso do senador Aécio Neves


 



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DE SÃO PAULO

Em seu primeiro discurso como líder de uma nova forma de oposição ao governo, o senador Aécio Neves (MG) criticou fortemente o PT e lembrou do propalado "choque de gestão" do PSDB.

Em seu 1º discurso na tribunal do Senado, Aécio fez críticas ao governo DilmaAécio também reconheceu avanços no governo Lula, sendo a "manutenção dos fundamentos da política econômica implantada pelos governos anteriores" o mais importante mérito da administração petista. Falou sobre Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, além de esmiuçar os desafios do governo de Dilma Rousseff e da oposição.

Aécio bate boca com petistas em 1º discurso na tribuna do Senado
Aécio diz que governo Dilma repete 'graves contradições'

Alan Marques/Folhapress

Em seu 1º discurso na tribunal do Senado, Aécio fez críticas ao governo Dilma
Íntegra do discurso

"Senhor Presidente, senhoras e senhores senadores,

Ocupo hoje a tribuna do Senado Federal para examinar de forma mais profunda a conjuntura e os grandes desafios do país, nesse meu reencontro com o Parlamento Nacional.

Chego a essa Casa, por delegação dos mineiros.

Retomo aqui o trabalho que, por 16 anos desenvolvi no Legislativo, onde tive a honra de receber importantes missões, entre elas a de presidir a Câmara dos Deputados.

Trago desse período lembranças de vigorosas iniciativas pela valorização do Parlamento.

Destaco, entre elas, a limitação das medidas provisórias e a aprovação do "Pacote Ético", que acabou com a imunidade parlamentar para crimes comuns, criou o Conselho de Ética e institucionalizou o princípio da legislação participativa.

É com a mesma convicção democrática, com o mesmo respeito ao Congresso e com a mesma disposição para o trabalho e o diálogo que chego a essa Casa.

Os que ainda não me conhecem bem e esperam encontrar em mim ataques pessoais no exercício da oposição vão se decepcionar.

Não confundo agressividade com firmeza.

Não confundo adversário com inimigo.

Os que ainda não me conhecem bem e acham que vão encontrar em mim tolerância diante dos erros praticados pelo governo, também vão se decepcionar.

Não confundo o direito à defesa e ao contraditório, com complacência ou compadrio.

Estarei onde sempre estive, como homem do diálogo que não foge às suas responsabilidades e convicções; não teme o enfrentamento do debate nem as oportunidades de convergência em torno dos interesses do Brasil.

Farei a política que sempre fiz, aquela que entende que, neste campo, brigam as ideias e não os homens.

Saúdo inicialmente essa Casa através dos grandes brasileiros que por aqui passaram e também através de todos os parlamentares que, hoje, aqui honram a delegação que receberam, respeitando a sagrada autonomia do Parlamento.

Parlamentares que reconhecem ter apenas um senhor: o povo brasileiro.

E apenas uma senhora: a sua própria consciência.

Senhores senadores e senhoras senadoras, a memória e o conhecimento da própria história são patrimônios preciosos de uma nação. Mais do que isso, formam a matéria-prima essencial e insubstituível à construção do futuro.

A consciência do que fomos e do que somos é que nos permite, todos os dias, moldar os contornos do que seremos, ou do que poderíamos vir a ser.

O Brasil de hoje é resultado de uma vigorosa construção coletiva que, desde os primeiros sopros da nacionalidade, vem ganhando dimensão, substância e densidade.

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