quarta-feira, 15 de junho de 2011

Presidiário é suspeito de encomendar a morte da ex


 
Estudante foi morta com cinco tiros, em BH, quando seguia da escola para casa
Publicado no Jornal OTEMPO em 15/06/2011
JAQUELINE ARAÚJO

FOTO: ALEX DE JESUS
Tentativa. Segundo amigos, Patrícia Mesquita foi duas vezes à penitenciária para pôr fim à relação
ALEX DE JESUS
Tentativa. Segundo amigos, Patrícia Mesquita foi duas vezes à penitenciária para pôr fim à relação
O detento Charlie dos Santos Teixeira, 22, preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, é suspeito de ter encomendando a morte da ex-namorada. Ele estaria inconformado com o fim do relacionamento de quase cinco anos. A estudante Patrícia Vaz de Mesquita, 19, foi assassinada com cinco tiros, na noite de anteontem, no bairro Jardim Felicidade, na região Norte da capital.

Nenhum suspeito de cometer o crime foi identificado. De acordo coma Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 22h, quando a estudante voltava da escola para casa.

Um amigo da família de Patrícia, que pediu para não ter o nome divulgado, denunciou à polícia que o detento vinha ameaçando a estudante há dois anos. Ele afirma que a jovem manteve um relacionamento com Teixeira por três anos, até ele ser preso, em março de 2009.

Conforme o amigo, desde então, Patrícia tentava se afastar dele, mas não conseguia oficializar o fim do relacionamento por causa das ameaças feitas pelo rapaz. A jovem recebeu várias cartas de Teixeira com ameaças de morte, caso ela terminasse o relacionamento com ele. "Ele até chegou a dar um tempo para ela, mas durou pouco", disse. Ainda de acordo com o amigo da família, a estudante visitou o detento na prisão duas vezes, em ambos os casos, com a intenção de terminar o relacionamento. Ele conta que todos da família de Patrícia estavam sofrendo com as ameaças, mas não tinham coragem de denunciar, com medo de uma retaliação do detento, considerado perigoso pela polícia. Patrícia tinha uma filha de 3 anos com o Teixeira.

O pai dela, o vendedor José Pinto de Mesquita, 61, estava desolado com a morte da filha e preferiu não comentar o relacionamento da filha com o presidiário. Com medo de um novo ataque, o vendedor disse que pretende vender a casa onde mora com a família e se mudar.

A polícia Civil confirmou que Teixeira está preso na penitenciária. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio, além de responder por outros dois.
Seds diz que vai apurar o caso
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (Seds), em qualquer presídio são feitas revistas nos visitantes, tanto na entrada quanto na saída.

Em caso de qualquer material encontrado que possa indicar um crime, a Polícia Militar é acionada para registrar um boletim de ocorrência que, em seguida, é encaminhado para investigação. O visitante detido é descredenciado para visitação.

Sobre o envio de cartas de ameaças enviadas pelo detento Charles dos Santos Teixeira, a polícia vai investigar como elas teriam saído da prisão.(JA)

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