quinta-feira, 2 de junho de 2011

Amigo reforça acusação de homicídio contra o goleiro


 

Depoimento de "Cleitão", obtido pelo Hoje em Dia, detalha os últimos passos de Eliza Samudio


CRISTIANO MACHADO
CLEITÃO
"Cleitão" diz no seu relato à polícia que tentou convencer o amigo Bruno a não matar Eliza



A defesa dos acusados no processo sobre desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, sustenta que não existe corpo e seus clientes, portanto, nada devem à Justiça. Porém, o depoimento de Cleiton da Silva Gonçalves, amigo do atleta e conhecido como “Cleitão”, é considerado um dos mais importantes e reforça a tese do Ministério Público de que Bruno e seus amigos tramaram o assassinato da modelo.

O Hoje em Dia teve acesso ao relato de “Cleitão” – testemunha no caso – anexado ao processo que tramita no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele abre seu depoimento afirmando que, em 2009, ao questionar Bruno sobre as discussões e brigas com a modelo, o goleiro alegou que “Eliza era mais uma querendo aparecer”.

O depoente contou para a polícia que o próprio Bruno admitiu, em 8 de junho de 2010 (dois dias antes do sumiço da modelo), que Eliza Samudio estava no interior da casa localizada no sítio do Condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, de onde não podia sair e onde ninguém podia entrar, para que ela não fosse vista. Para a Polícia Civil, isso configurou crime de cárcere privado antes do suposto assassinato.

“Cleitão” afirmou que, antes do desaparecimento da modelo, encontrou-se com Bruno, com Luiz Henrique Ferreira Romão, o “Macarrão”, e com Sérgio Rosa Sales, o “Camelo”, durante um jogo de futebol amador que acontecia no sítio, na tarde de 6 de junho. Neste mesmo dia, a Polícia Militar Rodoviária apreendeu a Land Rover do atleta por irregularidades na documentação. Este veículo teria sido usado para transportar Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

“Cleitão” relatou que em um encontro com Bruno, no dia 8, no sítio do jogador, chegou, como amigo, a dar conselhos sobre os conflitos com a modelo. Naquela ocasião, estavam presentes Elenilson Vitor da Silva (administrador da propriedade) e Wemerson Marques de Souza (“Coxinha”), ambos amigos do goleiro e acusados no processo. “Cleitão” afirmou que todas as portas, janelas e cortinas da casa estavam fechadas, mas que, por volta das 22h30, pediu a Bruno para tomar banho em um dos banheiros do interior da casa. Neste instante Bruno o alertou para não entrar na residência e que também ninguém poderia entrar, pois não queria que vissem que Eliza estava lá.

O amigo de Bruno prossegue no relato dizendo que chegou a aconselhá-lo a deixar Eliza ir embora do sítio e que não a matasse. Neste momento, Bruno, segundo “Cleitão”, respondeu que já tinha feito “merda” e que ele iria resolver.

Segundo o depoimento, na noite do dia 10 de junho de 2010 – data apontada nas investigações da Polícia Civil com a do desaparecimento da modelo –, “Cleitão” ficou sabendo que a mulher já teria sido assassinada. Ele disse que estava entrando em um ônibus, no qual iria viajar para o Rio de Janeiro com o time amador patrocinado pelo jogador, e Sérgio Rosa lhe disse as seguintes palavras: “Eliza já era” e “já está tudo resolvido”.

Sérgio havia acabado de chegar ao sítio junto com Bruno, “Macarrão”, e o adolescente J, de 17 anos – primo do goleiro e principal denunciante do caso –, no veículo Eco Sport do goleiro, provavelmente após terem se livrado da modelo.

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