quarta-feira, 29 de junho de 2011

Bruno ataca juíza e Edson Moreira


Goleiro confirma extorsão, mas não apresenta provas e diz que chefe do Departamento de Investigações pediu R$ 2 milhões
Publicado no Super Notícia em 29/06/2011
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FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL
falesuper@supernoticia.com.br
FOTO: ALEX DE JESUS
Goleiro, antes confiante, deu lugar ontem a um homem sofrido durante a audiência
ALEX DE JESUS
Goleiro, antes confiante, deu lugar ontem a um homem sofrido durante a audiência
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Um Bruno Fernandes diferente. A confiança do início das investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio deram lugar ontem a um homem humilde, amoroso, sofrido e que é contra ilegalidades como a corrupção. Foi assim que o goleiro se apresentou ontem no depoimento que deu na Assembleia Legislativa. Mesmo sem apresentar provas convincentes, ele confirmou as acusações de extorsão contra a juíza Maria José Starling, feitas por sua noiva, Ingrid Oliveira. Além disso, ele voltou a acusar o delegado do caso, Edson Moreira, de exigir R$ 2 milhões para inocentá-lo.
A audiência foi convocada para ouvir a versão de Bruno sobre a extorsão que teria sido planejada pela juíza de Esmeraldas, e o advogado Robson Pinheiro - eles teriam pedido R$ 1,5 milhão para conceder um habeas corpus ao jogador.
No entanto, Bruno disse que só viu Maria Starling uma vez - ele afirmou que ficou sabendo da suposta proposta feita à noiva por uma carta escrita pela própria Ingrid para ele na prisão. "A juíza simplesmente passava palavras de apoio. Ela falou que isso tudo estava terminando, que iria acabar logo", afirmou.
A prova mais esperada, o vídeo que teria sido gravado no momento em que Pinheiro pedia a propina, foi apresentado sem áudio e sem aparecer o rosto de nenhum dos supostos envolvidos.
AtaquesO principal alvo dos ataques de Bruno foi a investigação da Polícia Civil sobre o caso e o delegado Edson Moreira. Em diversas ocasiões, ele disse que foi pressionado pelo policial, que chegou ameaçar suas filhas.
"Ele perguntou o que eu sentiria se achasse os pedaços das minhas filhas espalhadas por aí". Segundo Bruno, Moreira queria o dinheiro para colocar a culpa em seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o menor, primo do goleiro.
O advogado de Bruno, Cláudio Dalledone, também criticou o trabalho da polícia. Ele pediu que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhasse o processo - os deputados disseram que vão enviar um requerimento à Ordem.
Edson Moreira disse que não faria nenhum comentário sobre as acusações do preso. Segundo o policial, "ele (Bruno) já havia falado isso em juízo".
Entenda
O goleiro Bruno Fernandes, o primo dele Sérgio Rosa Sales e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, estão presos há um ano pela morte da modelo Eliza Samudio, com quem o ex-atleta do Flamengo tem um filho de um ano. Eles são acusados de ocultar o corpo de Eliza.
Advogado aproveita e faz críticas ao sistema
Na tentativa de conseguir apoio dos deputados, o advogado de defesa, Cláudio Dalledone, revelou que não é autorizado a ter encontros particulares com o acusado durante visitas à penitenciária. "Eu estive dezenas de vezes na Nelson Hungria e nunca me foi concedido o direito de uma entrevista reservada com meu cliente". Durante seu depoimento no plenário da Assembleia, o defensor também pediu o acompanhamento formal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) durante o processo. (FMM)

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