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![]() Vitória ![]()
O preso artesão conta que no começo da parceria com marca ficou um pouco assustado porque, para ele, produzir roupas de tricô e crochê era uma atividade para mulheres apenas e não para homens, principalmente os privados de liberdade. “Depois de conversamos com a Raquell, percebemos que era uma oportunidade nova, que iria nos ajudar a reduzir o tempo de prisão e também nos oferecer a chance de fazer coisas novas. Hoje vejo que valeu a pena, inclusive superar as ´zuações`, porque o melhor já aconteceu, que é a valorização do nosso trabalho.”
O detento Sandro, que está a poucos dias de ganhar o benefício do regime aberto, depois de cinco anos preso, diz que agora terá mais tempo para dedicar ao trabalho e pretende aproveitar a oportunidade. “Vou sair já com o trabalho garantido com a marca. Sei que existe preconceito com as pessoas encarceradas, mas estou pagando pelo delito que cometi, reconheço o meu erro e mereço uma chance de mudar de vida porque este é o meu desejo”, disse. “O mais legal disso tudo é que posso dizer hoje sou um artista com talento”, completou.
Exportação
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A produção dos presos de Juiz de Fora já ganhou o mundo e são exportadas para 11 países. As peças são vendidas um showroom de São Paulo, feiras em Paris e Tóquio e 70 lojas multimarcas no Brasil. “Sem dúvidas, a grande beleza da Doisélles é justamente o olhar masculino dos detentos sobre algo tão delicado e tão feminino que é o tricô e crochê”, afirmou Raquell.
De acordo com a empresária, os produtos são muitos bem aceitos tanto pelo design dele, que é inovador, quanto pela história que tem por trás. “A gente faz questão de mostrar que a beleza disso tudo é a beleza da transformação dos presos e todas as peças têm este selo.”
Humanização
Para o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, Minas Gerais tem buscado, por meio do trabalho e do estudo, a ressocialização dos presos. “Dentro do plano mineiro de Humanização do Sistema Prisional, temos investido fortemente na abertura de espaços multiusos para oferecer aos presos a oportunidade de profissionalização.” Atualmente, 13 mil detentos trabalham no estado nas mais diversas atividades.
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Crédito fotos: Marcilene Neves
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