“Falta investimento em inteligência, principalmente na Polícia Civil, para que os ladrões sejam reconhecidos rapidamente e responsabilizados por seus atos. Só assim eles serão retirados de circulação”, afirma o especialista.

Guilherme Paranaiba - UAI


 

 

O bancário Marcelino ficou sem seu celular ao ser atacado na porta de casa por um homem armado

Para o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Couto Marinho, o aumento do número de roubos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) reflete um cenário de enfraquecimento das políticas públicas de enfrentamento à criminalidade a partir de 2010. De acordo com ele, a falta de integração dos órgãos da segurança pública permitiu a atuação de bandidos que não são identificados “Falta investimento em inteligência, principalmente na Polícia Civil, para que os ladrões sejam reconhecidos rapidamente e responsabilizados por seus atos. Só assim eles serão retirados de circulação”, afirma o especialista.

Marinho também chama a atenção para o trabalho que tem que ser feito para evitar a volta das mercadorias roubadas ao mercado. “O certo seria uma mudança na legislação no que se refere à receptação, para acabar com o ciclo que permite o retorno dos objetos roubados a outras pessoas”, completa.

Saiba mais...

BH registra 2,7 mil roubos por mês Crimes contra o patrimônio aumentam 14% na Grande BH, inclusive nas menores cidades

O secretário de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, admite que a situação preocupa e garante que o combate aos roubos é o principal desafio não só de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. A aposta do comandante das forças de segurança pública em Minas Gerais para reduzir os assaltos é o banco de dados com informações de 7.818 criminosos reincidentes nos crimes de roubo, furto e homicídio, lançado em 4 de abril. “Queremos uma análise rápida de inquéritos e processos para recolher mais elementos e indícios contra os assaltantes. Dessa forma, vamos conseguir tirá-los de circulação por mais tempo. Dentro de 60 dias teremos um balanço com os resultados”, diz o secretário.

Segundo Ferraz, outras duas medidas também são importantes para diminuir as ocorrências de roubos. “Até 2015 teremos 900 câmeras de vigilância em todo o estado, mecanismo importante para coibir os crimes contra o patrimônio. Mês que vem começa a funcionar a delegacia virtual, que será inaugurada com os registros de acidentes de trânsito sem vítimas. Dessa forma, teremos mais policiais à disposição nas ruas, que antes ficavam muito tempo no registro das ocorrências”, completa o secretário.