terça-feira, 11 de março de 2014

Agente penitenciário denuncia venda de alvarás de soltura dentro de presídio


Acusado de vender drogas e facilitar a entrada de aparelhos celulares no presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, o agente penitenciário Marcos Roberto Lopes da Silva, de 38 anos, diz ser vítima de uma armação e revela, com exclusividade à Itatiaia, a existência de um esquema de corrupção para soltura de presos.

O agente diz sofrer perseguição de diretores do presídio desde que ficou sabendo que um detento pagou pelo próprio alvará de soltura e deixou o presídio pela porta da frente.  O esquema, conforme o agente, ocorre há quatro anos.

“Ele (detento) entrou, pegou esse alvará falso no núcleo penal e foi embora”, contou. Ainda conforme o agente, quando os assessores dos diretores de inteligência souberam que ele percebeu a irregularidade, começou a pressão para que ele 'esquecesse' o episódio. “Olha aqui Marcos, você não viu esse preso. Muda o seu depoimento junto com a corregedoria”, contou o agente sobre a suposta conversa com os assessores.

Marcos revela ainda que um preso foi torturado para admitir que ele era o fornecedor da droga.  No entanto, sustenta o agente, o próprio preso revelou a armação em depoimento aos direitos humanos.

Temendo pela própria vida,  Marcos pediu ajuda ao Ministério Público: “A promotora, doutora Cláudia do Amaral, está tentando meu afastamento do sistema prisional. Ela está tentando um reajuste para que eu saia do sistema prisional e vou para outra secretaria, só que a própria secretaria não libera”, conta o agente.

Segundo a Subsecretaria de Administração Prisional, o agente Marcos Roberto Lopes da Silva, de 38 anos, foi detido há uma semana porque tentou entrar no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, com drogas e celulares. O setor de Inteligência do Presídio já monitorava Marcos há mais tempo até efetuar a prisão.

Sem denúncia

A Secretaria de Defesa Social alega que não há registro de denúncia formal junto à Corregedoria sobre irregularidades de alvarás de soltura. Ainda segundo a secretaria, o agente penitenciário passará por um processo administrativo e poderá formalizar a denúncia durante o depoimento.

A partir dessa formalização, a corregedoria vai apurar a suposta venda de alvarás no presídio. Se houver indícios de corrupção, caberá uma investigação criminal pela Polícia Civil.
Ouça a reportagem completa com Patrick Vaz
Fonte: Rádio Itatiaia

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