Segundo resultado, não há sinais de tiroteio e os envolvidos teriam agido de forma cruel
Reprodução/Rede Record
Policiais são acusados de atirar em adolescente de 14 anos
O Ministério Público do Amazonas divulgou, nesta segunda-feira (9), que concluiu que os policiais acusados de atirar em um garoto de 14 anos mentiram durante as investigações. A perícia concluiu, com a análise das imagens, que não há sinais de tiroteio e que os envolvidos agiram de forma cruel ao atirar no adolescente. O resultado também confirmou a veracidade do vídeo, provando que não existe edição no conteúdo.
De acordo com a Promotoria, os peritos da Polícia Federal concluíram que as imagens apresentadas em primeira mão pela TV A Crítica provam que os sete policiais envolvidos no crime mentiram nos depoimentos. A versão dos acusados de que eles teriam participado de um tiroteio e que agiram em defesa própria é falsa na opinião dos especialistas. A perícia afirma que o garoto não estava armado e que a atitude dos agressores foi cruel.
Nos próximos dias, a conclusão do Ministério Público deve ser entregue para o Tribunal do Júri. Os acusados vão responder por tentativa de homicídio qualificado, abuso de poder e notificação falsa de crime. Um deles também vai ser julgado pelo roubo do colar do garoto.
Para o procurador de justiça João Bosco Sá Valente a investigação demonstra um total despreparo da polícia militar do Amazonas. Ele solicitou a perícia no final de março.
Entenda o caso
O caso ficou conhecido após um vídeo em que policiais apareciam atirando em um adolescente de 14 anos ser divulgado no fim de fevereiro. O crime teria ocorrido em agosto de 2010. Sete policiais foram presos pelo crime.
Em depoimento, os policiais alegaram que não participaram da ação, que não se reconhecem nas imagens do vídeo e que as imagens teriam ainda sido editadas. Um deles alegou ainda que não conseguia identificar o tiro, mas via apenas um feixe de luz.
Na época, eles alegaram que o menor fazia parte de um grupo de traficantes de Manaus e que trocava tiros com a polícia no momento em que o vídeo foi gravado. Segundo o Ministério Público, o jovem não tem antecedentes criminais, mas, mesmo que a afirmação de envolvimento no tráfico de drogas fosse verdadeira, não justificaria a ação dos policiais.
O representante do MP-AM contou que esteve no local onde o garoto mora, no bairro Amazonino Mendes, e que a região realmente é uma zona de trafico, porém não é possível estabelecer uma relação do menor com os traficantes da área.
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