quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os direitos humanos são rápidos para defesa dos direitos dos reclusos, já para assistir ao cidadão de bem, os direitos humanos são ineficazes.


 



 

As notas taquigráficas da reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais desta segunda-feira (2/5/11) vão ser encaminhadas à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ao Conselho Estadual de Direitos Humanos e à Corregedoria de Polícia. A informação é do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), na audiência sobre denúncias de abusos cometidos durante operação de varredura na penitenciária Nelson Hungria, ocorrida na segunda-feira, 25 de abril.
Na audiência foi feita a leitura do relatório do acompanhamento feito pela Defensoria Pública no dia da operação e nos seguintes e foi uma sequência da reunião do dia 24 de abril, da mesma comissão. Durval reforçou o que já havia dito na audiência anterior, sobre informações que recebeu, por telefone celular, de corrupção por parte de agentes penitenciários, que estariam facilitando a entrada de aparelhos telefônicos e fornecendo drogas aos presos, mediante pagamento em dinheiro. Ele reforçou denúncias anteriores de que durante a operação na Nelson Hungria, vários presos teriam sido agredidos por agentes penitenciários, além de terem pertences individuais, como colchões, objetos de higiene pessoal, roupas pessoais e de cama, destruídos na ação. A operação na Nelson Hungria aconteceu depois da troca de toda a diretoria do presídio, ocorrida no sábado, dia 23 de abril.
Defensoria Pública confirma denúncias de familiares
No relatório apresentado, a defensora pública estadual, Marina Lage Pessoa da Costa, confirmou que houve excessos na operação de varredura, com 11 presos espancados, truculência, desrespeito aos presos e seus pertences pessoais. Ela disse que o início da varredura começou com o lançamento de três bombas de feito moral, "desproporcional à situação, já que não havia tumulto e os presos estavam algemados e confinados em suas celas".
Marina Lage confirmou que a Defensoria Pública solicitou imediatamente, e foi atendida, o exame de corpo de delito de 11 presos, que apresentavam marcas de agressões. Ela informou que a Secretaria de Defesa Social precisa esclarecer todos os pontos identificados pela Defensoria e denunciados por familiares. O relatório mostra ainda outras verificações, como as denúncias de sumiço de objetos pessoais, dinheiro, livros e revistas.
Ela informou ainda que o acompanhamento da Defensoria foi inteiramente franqueado pela direção da Nelson Hungria e que no pavilhão 3 alguns objetos, como filtro, rádio e televisores já haviam sido restituídos. Este pavilhão, segundo Durval Ângelo, é alvo de denúncias de outros presos, de abrigar integrantes da facção criminosa, Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem sua origem nos presídios paulistas, e que estaria por trás dos incêndios a ônibus coletivos em Contagem e Belo Horizonte.
Um dos problemas levantados pela Defensoria Pública é quanto à identificação dos agentes penitenciários acusados, já que na operação eles não portavam qualquer crachá ou numeração sequencial, conforme manda o procedimento padrão nesse tipo de operações.
Marina Lage afirmou que os excessos precisam ser apurados e que tenham o encaminhamento adequado. A outra defensora que participou da visita à penitenciária, Maria Valéria Valle da Silveira enfatizou que o trabalho da Defensora foi por amostragem, já que não é possível, com o número de defensores atual, fazer um acompanhamento completo do sistema penitenciário mineiro.
A ouvidora do Sistema Penitenciário de Minas Gerais, Marlene de Almeida e Silva criticou o fato de a Ouvidoria, que é órgão independente da sociedade civil, não ter sido convidada para acompanhar a ação na penitenciária Nelson Hungria. Ela pediu que a contratação de agentes penitenciários seja sempre por concurso público com critérios bastante claros sobre o desempenho da atividade.
Mães e esposas de presos que estiveram presentes na primeira audiência, reforçaram seu temor de que a situação na Nelson Hungria não mude e que os detentos continuem à mercê de agentes penitenciários considerados por elas como despreparados e desrespeitosos.
Presenças: Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e os convidados citados.
Minas

 
Detentos fazem rebelião em Cadeia Pública de Lambari
Após se recusarem a voltar para a cela, presos atearam fogo nos colchões

Uma Rebelião na Cadeia Pública de Lambari, Região Sul de Minas, na manhã desta segunda feira (2), provocou estado de tensão na cidade. Após o banho de sol, por volta das 10 horas, os 21 presos se recusaram a retornar para a cela e começaram a colocar fogo nos colchões.
 
A rebelião durou quatro horas e terminou após intervenção do Grupo Tático da Suape (Superintendência de Administração Penitenciária), que conseguiu controlar a situação. Ninguém ficou ferido durante a confusão. Depois de vistoria realizada no local foram encontrados pedaços de paus e de ferros usados na ação dos detentos.
 
A Cadeia Pública de Lambari possui 10 celas e os presos estão aguardando a transferência para a Penitenciária de Três Corações, Sul de Minas.

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