quarta-feira, 30 de novembro de 2011

'Golpe do consórcio' pode ter lesado mais de 100 pessoas em BH




Segundo a polícia, a quadrilha teria causado prejuízo superior a R$ 1 milhão apenas nos últimos quatro anos


CHARLES SILVA DUARTE/O TEMPO/AE
estelionatários
Acusados foram apresentados na Divisão Especializada de Investigação de Crime Contra o Patrimônio


Uma quadrilha que aplicava o “golpe do consórcio” pode ter lesado mais de cem pessoas em Belo Horizonte e Região Metropolitana. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o grupo pode ter causado prejuízo superior a R$ 1 milhão apenas nos últimos quatro anos.

Segundo o delegado Islande Batista, responsável pelas investigações, os estelionatários anunciavam empréstimo para aquisição de casa própria em jornais de grande circulação na Capital.

Com o anúncio em mãos, as vítimas procuravam a empresa, com sede no Bairro Santo Antônio, Zona Sul de BH, e eram levadas a fechar um contrato. Os estelionatários informavam que após o pagamento de uma entrada, os interessados conseguiriam, em até 90 dias, a liberação da carta de crédito.

Diversas vítima chegaram a aguardar por anos, mas o dinheiro para compra do imóvel não era liberado. Pelo menos 18 pessoas procuraram a polícia, que investigou o caso. De acordo com o delegado Islande Batista, o contrato assinado pelas vítimas na verdade se referia a um consórcio, e não a um empréstimo. Os valores pagos como entrada nunca eram repassado às empresas dos consórcios, as quais a Realcred Consultoria e Representações de Consórcio LTDA representava. “Algumas pessoas não eram inseridas nem no consórcio e ficavam no prejuízo maior ainda”, disse o delegado.

Jurandir Dias Vieira, de 45 anos; Ivan Alves de Souza, 47; Cláudio Hermani Cândido, 39; e Fernando Elias de Oliveira, 46, foram presos. Três dos detidos já tinham passagem na Justiça por estelionato. Um quinto homem que faria parte da quadrilha, identificado como João Elias de Oliveira, continua foragido. Ele teria uma extensa ficha criminal por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária, além de estelionato. Os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada por 30 dias e estão detidos no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão, na Região Noroeste de BH.

O delegado Islande Batista orienta que para evitar cair em golpes como esse, as pessoas devem procurar a Delegacia de Defesa do Consumidor ou o Procon antes de fechar a transação. “O melhor é a prevenção. Antes de fechar um contrato, a pessoa deve procurar orientação”, recomendou.

Se condenados, os suspeitos podem ficar de 1 a 5 anos na prisão pelo crime de estelionato; de 1 a 3 anos de reclusão por formação de quadrilha; 3 a 10 anos por lavagem de dinheiro e de 2 a 4 anos por crime contra ordem tributária.



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