segunda-feira, 17 de setembro de 2012

PCC pode estar ligado a fuga e ataques a carro-forte


O Primeiro Comando da Capital é, hoje, a maior facção criminosa do país e possui células em diversos estados

Thiago Bergamasco/MidiaNews


A fuga da PCE, em agosto, culminou com protesto de agentes; Polícia vê digitais do PCC
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A explosão do muro da PCE (Penitenciária
 Central do Estado), que possibilitou a fuga
 de 35 presos, no mês passado, os
 violentos ataques a carros-fortes em
 rodovias de Mato Grosso, conforme
MidiaNews apurou, evidenciam ações
 da facção criminosa PCC (Primeiro
 Comando da Capital) no Estado.

Embora tenha nascido em São Paulo,
 onde seu poder é maior, o PCC também
 invadiu as “fronteiras” e está presente em
 vários estados brasileiros.
Além de Mato Grosso, o PCC atua no Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Mato Grosso do Sul,
 Paraná, Minas Gerais e Rondônia, segundo informou uma autoridade ligada à Segurança
 Pública.
Criado dentro da cadeia e sempre liderado por um grupo de presos, o PCC é hoje a 
maior facção criminosa do país. A organização surgiu em 1993 e calcula-se que hoje tenha
 cerca de 130 mil representantes, dentro e fora das prisões. Um verdadeiro “sindicato do crime”.
Segundo a Polícia Judiciária Civil do Estado, há pelo menos dez anos o PCC mantém
 células espalhadas em Mato Grosso. 
O Serviço de Inteligência possui um trabalho voltado para mapear as ações criminosas
 que comandam rebeliões, fugas, resgates, assaltos, sequestros, assassinatos e o tráfico de
 drogas.
Mesmo presente em diversos tipos de crime, é na venda de maconha e cocaína que está 
seu maior faturamento.
Aliados do crime 
A facção conseguiu, ao longo destes anos, cooptar até alguns advogados, que 
passaram de defensores de detentos para aliados ao “partido”. Vários advogados já 
foram presos acusados de levar ordens de uma cadeia a outra a mando do PCC.
Em Mato Grosso, uma das ultimas ações atribuídas ao PCC é a fuga cinematográfica
 da PCE, ocorrida no dia 20 de agosto. 
Um grupo de pelo menos 15 pessoas conseguiu dinamitar o muro da penitenciária
 e dar a liberdade a 35 presos.

Há informações de que a fuga custou R$ 500 mil, valor que englobaria a propina para
 facilitação da fuga e também o apoio logístico, incluindo o avião utilizado.
Silvio Cézar Araújo, o "Cabelo de Bruxa", e Sérgio Nunes da Silva, o "Lacraia", estão entre os fugitivos


O plano de fuga teria sido discutido dias antes na casa da bacharel em direito Giovanna dos Santos Correa, em um bairro de classe média próxima à penitenciária, e previa a sincronia entre o tempo da fuga das celas do raio 3 com a explosão de parte do muro.
Líderes do Novo Cangaço
A ação criminosa consiste em invadir agências bancárias, geralmente no interior, e usar
pessoas como escudo humano para evitar o enfrentamento policial.
Entre os fugitivos estão os assaltantes Silvio Cézar Araújo, o "Cabelo de Bruxa", e Sérgio
 Nunes da Silva, o "Lacraia", foram presos pela própria Gerência, em março de 2011.
Eles são apontados como integrante de uma quadrilha que assaltou bancos na modalidade
 “Novo Cangaço”, nos municípios de Aripuanã, Nova Mutum e Campo Novo do Parecis,
 durante o ano de 2010.

Poder no cárcere

Sandro, que é apontado pela polícia como um dos nomes fortes do PCC na penitenciária














Apontados como os principais líderes do crime organizado em Mato Grosso,
 “Marcinho PCC”, e Sandro Rabelo, o “Sandro Louco”, estão presos na PCE.
A GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) da Polícia Civil investiga se os
 dois tiveram participação na fuga.
Sandro retornou para a PCE em junho deste ano. Vindo do presídio de segurança máxima
 de Mossoró (RN), onde estava há mais de quatro anos, Sandro é o último remanescente
 de uma leva de 40 presos que foram transferidos para penitenciárias fora do Estado.

As últimas rebeliões ocorridas na PCE tiveram a liderança dele. Condenado a mais de
180 anos por roubo, seqüestro, e tentativas de homicídios, ele liderou diversos motins
dentro da Penitenciária, sendo transferido a pedido da Secretaria de Segurança Pública
para penitenciárias de segurança máxima. Desde então, a PCE viveu um longo período
de calmaria.
Já Marcinho PCC, que ganhou esse apelido após ser preso em São Paulo e ficar num
 presídio onde estava alguns integrantes da organização criminosa, foi condenado por
 assaltos em Mato Grosso, veio transferido para Cuiabá. Ele é mais um dos fortes integrante
 do PCC, no Estado.
Tipos de crimes 
Nos anos de 2010 e 2011, os assaltos a bancos eram diários no interior do Estado.
Assim o PCC fortaleceu o caixa e investiu em armamentos pesados e também na compra
 de aviões.
Em reação aos constantes assaltos os bancos melhoraram o sistema de segurança, 
deixam menos dinheiro em caixa e as ações da facção diminuíram, mas ainda há homens especializados só neste tipo de roubo. Parte das quadrilhas do PCC que assaltavam bancos
partiram para os assaltos a carros-forte, que também virou uma febre.
Os bandidos abordam os vigilantes dos carros-fortes nas ruas. Munidos de armas de grosso 
calibre, as ações são sempre violentas. Leia mais AQUI.
Gerente do HSBC foi usado por bandidos no "crime do sapatinho"
O PCC também age de uma forma mais discreta, na modalidade de assalto conhecida como “crime do sapatinho”. Eles levantam quem eram são os gerentes dos bancos e passaram a ir na casa deles, surpreendendo o profissional e seus familiares que são feitos reféns.
Bandidos, apontando armas para a cabeça das esposas e filhos dos gerentes, ficam na residência dele, enquanto outra parte da gangue leva o funcionário até a empresa o obrigando a entrar e abrir o cofre.
Em junho do ano passado, o gerente de uma agência do bando HSBC foi uma das vítimas
 do “crime do sapatinho”. Ele ficou na mira de um dos assaltantes por mais de 12 horas, 
enquanto a sua família era feita de refém.
A ação acabou saindo do controle, a polícia foi avisada e conseguiu libertar a família e impedir
 o roubo. Leia mais AQUI. 

Ações de combateA Polícia Judiciária Civil, por meio de assessoria, informou ao MidiaNews que existe um
 trabalho contínuo do serviço de inteligência em identificar as células do PCC no Estado e
 reprimir suas ações.

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