quarta-feira, 31 de agosto de 2011

“Plano de rebelião só pode ser coisa dos presos trazidos de outras penitenciárias” .





IPABA - Os integrantes do serviço de inteligência da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, descobriram um documento com informações de presos convocando os quatro pavilhões da penitenciária para se movimentar em represália às ações de segurança. Além de envolver estes pavilhões, eles pegariam as famílias de diretores do presídio e dos agentes como reféns. O motim seria no fim de semana que passou ou, no mais tardar, ao longo desta semana.
De acordo com o diretor geral da penitenciária, Adão dos Anjos, um dos motivos foi a chegada, recentemente, de alguns presos de outras unidades, acostumados a fazer motins. “Quando chegam esses novatos eles esbarram na nossa segurança, que é muito atenta e impõe a supremacia de força, mas que é sem tortura e sem espancamento. Eles então decidem aprontar. São presos que vieram de Ponte Nova, Açucena e Muriaé”, explicou.
Adão relatou que consta do documento a convocação de quatro pavilhões para pegar os agentes como reféns. “O documento fala até em movimento de funcionários que levariam armas lá para dentro. Cita o termo: ‘O verme de farda vai trazer a ferramenta com munição’, e isso nos preocupou bastante. Falaram também que, se conseguissem tomar a cadeia, pegariam como reféns a mulher de nosso supervisor de segurança, a mulher do supervisor do serviço de inteligência e o diretor geral como moeda de troca”, contou.
Segundo Adão dos Anjos, o documento foi encaminhado para Belo Horizonte e de imediato, por meio da Subsecretaria de Administração Penitenciária (Suapi), solicitaram o apoio do diretor geral da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Luiz Carlos Danúzio. “Tínhamos pedido a transferência de 30 presos e a Superintendência de Articulação achou por bem não atender de imediato, determinando que a equipe fizesse o levantamento para saber qual a liderança precisaria ser transferida de Ipaba.
Chegamos a 12 presos e, na sexta-feira (19), por volta das 19h, fizemos o comboio com uma viatura de Timóteo e outra de Coronel Fabriciano, duas viaturas da penitenciária e duas da Nelson Hungria, e transferimos 12 lideranças negativas. Isso desarticulou um provável retrocesso do que já houve aqui no passado”, desabafou Adão.
O diretor enfatizou que a administração dos presos em Ipaba é tranquila há alguns anos. “Eles trabalham e estudam e se beneficiam do que a lei permite. Estamos com quase 500 presos, e uma média de 90% deles estão do lado da legalidade. Cumprem as normas e não embarcam nas ideias dos outros 10% de presos que querem bagunçar o bom andamento da unidade”, disse.

Observação
Conforme o diretor da PDMC, Adão dos Anjos, a expressão “verme de farda vai trazer a ferramenta com munição” não quer dizer que seja funcionário da segurança do próprio presídio que esteja envolvido com o desvio de conduta para levar arma aos presos. “É justamente o que ocorreu em 2001. A cadeia só foi tomada depois que um agente naquela época passou um revólver lá pra dentro com munição por R$ 50. Não podemos subestimar. Por isso, temos que ficar atentos e recorrer às forças de segurança e à Suapi, que nos deu apoio com a transferência destes 12 presos que vieram de outras unidades”, conclui.

Wellington Fred-Repórter.

Adão dos Anjos.

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