quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Após decapitação de preso, governo de RR admite colapso em presídio


Titular da Sejuc afirma que 'governo trabalha para sair da crise'.
Briga entre facções deixou dois mortos na noite de segunda-feira (23).

Emily CostaDo G1 RR
No sentido horário: secretário adjunto da Sejuc, Francisco Borges, e o titular da pasta, Josué Filho; coletiva foi realizada nesta terça-feira (24) em Boa Vista (Foto: Emily Costa/ G1 RR)No sentido horário: secretário adjunto da Sejuc, Francisco Borges, e o titular da pasta, Josué Filho; coletiva foi realizada nesta terça-feira (24) em Boa Vista (Foto: Emily Costa/ G1 RR)
O secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Josué Filho, admitiu nesta terça-feira (24), em coletiva de imprensa realizada em Boa Vista, que a situação na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é de 'colapso'. A afirmação de Filho ocorre após dois detentos serem mortos na unidade durante uma briga entre facções criminosas nessa segunda-feira (23); um deles foi decapitado e teve a cabeça exposta na carceragem do presídio.
"Admitimos o colapso e já fizemos questão de mostar isso à imprensa assim que o novo governo assumiu a gestão. Estamos trabalhando para sair dessa crise e acreditamos que isso já está ocorrendo", declarou Filho, lembrando que em janeiro deste ano a governadora Suely Campos (PP) declarou situação de emergência no sistema prisional.
O titular da pasta divulgou que os autores dos crimes e as armas usadas para assassinar os detentos ainda não foram localizados pela polícia. O caso, conforme ele, será investigado pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH). "Foi feita uma varredura na Penitenciária, mas o material [armas] não foi encontrado", disse.
Segundo Filho, apesar de admitir a confusão que resultou nos homicídios, o governo do estado 'não reconhece' a existência das organizações criminosas, que atuam dentro e fora dos presídios do estado. "Não reconhecemos, pois tratamos os presos de forma igualitária. Admitir a existência de facções seria diferenciar os detentos, o que não faremos", alegou.
Ainda durante a coletiva de imprensa, o adjunto da Sejuc, coronel Francisco Borges, considerou que a Penitenciária Agrícola, que fica na zona Rural de Boa Vista e abriga atualmente mais de 1050 detentos, é 'frágil' e deve receber verbas para uma reforma. "Com o decreto de emergência, a Penitenciária e o presídio de Rorainópolis, que está em construção, passarão por reparos", pontuou.
Equipe do IML foi acionada para recolher os corpos na Penitenciária Agrícola (Foto: Marcelo Marques/G1 RR)Equipe do IML foi acionada para recolher os corpos
na Penitenciária Agrícola na noite dessa
segunda-feira (23) (Foto: Marcelo Marques/G1 RR)
Homicídios
Os presos mortos foram Jaciel de Jesus Mineiro, que foi decapitado e teve a cabeça exposta na carceragem do presídio, e Fabio Carlos Rebelo, apelidado de "Totó", que foi assassinado na cozinha da penitenciária. Os corpos foram removidos pelo Instituto Médico Legal (IML).
O Grupamento Independente de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Força Tática e Força Nacional foram acionados para conter os presos e manter a ordem dentro das alas. Não houve registro de fugas.

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