quarta-feira, 17 de abril de 2013

Caos Penitenciário: Agentes trabalham com máscaras

 
Os 180 agentes penitenciários que hoje atuam no Presídio Federal, em Campo Grande, denunciam que trabalham sobre condições degradantes por causa da proximidade com o lixão do Dom Antônio Barbosa. O problema é causado pelo forte odor liberado com a decomposição dos resíduos orgânicos, o chorume, depositados até novembro de 2012.
Alguns agentes chegam a trabalhar diariamente com máscaras, para evitar a exposição ao odor liberado pelo líquido. “O mau cheiro fica no ar. É um cheiro podre, fétido, fica impossível trabalhar”, conta a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais, Cíntia Assumpção.
Até novembro de 2012, quando começaram as operações no aterro sanitário, o chorume era despejado no lixão, muitas vezes apenas com uma fina camada de terra por cima, o que ajuda no forte odor. Desde novembro, o chorume é destinado à ETE Los Angeles, onde é tratado pela Águas Guariroba.
O próprio contrato da Solurb, concessionária responsável pelo tratamento do lixo em Campo Grande, estabelece a instalação de coletores de gás e “queimadores” no lixão, que auxiliam a amenizar o cheiro, segundo a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação).
“Tem medidas que estamos adotando, como colocar mais camadas de terra, além da instalação dos coletores por parte da Solurb. Com plena certeza, essas ações tiram em mais de 70% o cheiro”, afirmou Semy Ferraz, secretário da Seintrha.
Semy ainda destacou que o erro básico foi a construção do presídio na região próxima ao lixão. "Prejudica muito os servidores", lamentou.
Cobrança
O sindicato que representa os trabalhadores pede uma solução do poder público. “Alguma coisa precisa ser feita. Sabemos que não pode ser de imediato, mas o lixão precisa ser desativado, e não deveria ter sido construído em um local tão próximo ao presídio”, defende Cíntia.
Ela reclama do novo aterro sanitário que, segundo a prefeitura, é coberto e não recebe chorume, não sendo responsável pelo odor, que vem do lixão. “Estamos sujeitos a diversos problemas de saúde, além de o chorume atrair moscas, que também transmitem diversas doenças”, acrescenta.
Local onde o presídio está localizado é “impróprio”
Para Semy, o erro foi ter autorizado a construção do presídio tão próximo do lixão. “O Ministério Público deveria ter acompanhado essa questão quando o terreno da construção foi doado, e não ter permitido que aquele local fosse destinado”, afirma.
Para Semy, existe a possibilidade de que, caso seja feita uma nova licitação para a empresa que vai cuidar do lixo em Campo Grande, seja incluída uma cláusula que garanta que uma Usina de Triagem de Resíduos seja construída.
O contrato foi feito na antiga gestão, e agora, o prefeito Alcides Bernal (PP) analise a possibilidade de revogar o contrato.
MídiaMax

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