quarta-feira, 1 de maio de 2013

Detentos do presídio de Timóteo fazem motim

Detentos do presídio de Timóteo fazem motim



Patrícia BeloDo G1 dos Vales de Minas Gerais
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Do alto na penitenciária da para ver os colchões queimados durante o motim.  (Foto: Patrícia Belo /G1)Do alto na penitenciária foi possível ver colchões queimados durante o motim. (Foto: Patrícia Belo /G1)
Durante a madrugada desta terça-feira (30), detentos da Cadeia Pública de Timóteo,  no Leste de Minas Gerais, realizaram um motim alegando superlotação na penitenciária. Segundo informações da direção da unidade prisional, a capacidade do local é de 80 presos e até a manhã de hoje haviam 196 detentos.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou através de nota, que logo após a identificação de nove detentos que iniciaram o movimento, estes foram transferidos para o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O diretor geral do presídio de Timóteo, Leandro Cristiano Macedo, informou que além dos noves presos que foram transferidos para Contagem, nenhum outro nome está previsto para ser levado para outras penitenciárias.
Motim
Durante o protesto foram queimados colchões, quebradas três celas e também as divisórias dos banheiros. O pintor Rogério Ferreira Fortunato estava próximo a cadeia no momento em que o motim iniciou.
Na parede da penitenciária os nomes dos detentos transferidos para Contagem. (Foto: Patrícia Belo /G1)Na parede da penitenciária, uma lista com os
nomes dos detentos transferidos para Contagem. 
(Foto: Patrícia Belo /G1)
“Parecia uma guerra. Vi a viatura subindo e descendo o tempo todo, muita polícia e também bastante fumaça. Ouvi diversos disparos saindo de dentro do presídio. No momento fiquei com medo que algum tiro pegasse em mim”, conta.
Segundo o diretor geral do presídio, a ação contou com o apoio de agentes das unidades prisionais de Coronel Fabriciano, Ipatinga e Ipaba. Não houve feridos. “Agimos rápido e o motim foi contido com uma hora e meia de trabalho. Identificamos os cabeças do protesto e resolvemos o problema. Quanto ao protesto cabe ressaltar que o movimento não foi qualificado como rebelião e sim, um motim, pois não houve reféns.
Ainda de acordo com o diretor, após controlar o motim, o presídio está tranquilo com todas as atividades dentro da rotina. “Não podemos parar o funcionamento da cadeia. Voltamos imediatamente a trabalhar dentro da normalidade. Tanto que, no fim de semana as visitas irão ocorrer normalmente”, afirma Macedo.
A direção da unidade instaurou um procedimento interno de investigação para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Familiares
Na porta do presídio, familiares foram em busca de informações sobre a situação do  parentes detidos. No muro da cadeia uma lista constava os nomes dos presos que foram transferidos para a penitenciária Nelson Húngria.
Familiares aguardam na porta da cadeia informações sobre os presos.  (Foto: Patrícia Belo /G1)Familiares aguardam na porta da cadeia
informações sobre os presos.
(Foto: Patrícia Belo /G1)
Mãe de um detento de 25 anos, a pensionista Creuza Reis Sartori,  disse que durante o protesto seu filho ficou ferido e ninguém da cadeia quis passar informações sobre o estado de saúde dele.
“A única informação que tenho do meu filho está vindo do advogado. Não consigo falar com ninguém do presídio e não sei como ele está. Só sei que ele levou um tiro na perna, foi pro hospital e já voltou pra cadeia. Parece que nem a bala foi retirada”, diz.
A nora de Creuza, Vilmara Silva Satori, diz estar apavorada com a falta de informações sobre o seu marido e ressalta ainda que sempre que vai ao presídio se sente desrespeitada.
“Esse lugar não existe. Essa falta de respeito não acontece só quando tem protesto, isso é rotineiro durante as visitas. O protesto foi feito com razão, pois os detentos são tratados igual bicho lá dentro. Eles (os presos) já estão pagando pelo que fizeram, não precisam ser humilhados”, relata a esposa. 
 
A dona de casa Thaís Emanuele visita há um ano seu marido que está detido no presídio de Timóteo.Ela conta que ficou na na porta da cadeia desde 6h da manhã e até o fim da tarde não conseguiu saber como está seu esposo.
“Tristeza total.  Quero muito poder ver e saber  se ele está bem. Mas, aqui na cadeia ninguém fala nada. Pelo contrário, tratam a gente muito mal. E ser maltratado não é um privilégio somente de hoje, sempre é assim”, conta.
Em conversa com a equipe de reportagem do G1 o diretor geral do presidio, Leandro Cristiano, afirmou que somente um detento ficou ferido, mas que o mesmo foi medicado e já se encontra nas dependências da cadeia. Ainda segundo o diretor, o preso machucado fará o exame de corpo de delito. Ele afirma também que todas as notificações foram enviadas para os órgão responsáveis.
Detentos iniciaram uma rebelião nesta terça-feira (30) do Presídio de Timóteo, no Leste de Minas Gerais. Segundo informações de um agente penitenciário, que estava no plantão, os presos pediam a transferência, alegando lotação.
Ainda segundo o agente, os detentos queimaram colchões, quebraram três celas e as divisórias dos banheiros. O agente informou também que uma ação junto com a Policia Militar foi tomada, e, no momento, o motim está controlado.

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