quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Bruno pede transferência para Apac de Nova Lima e tenta jogar no Villa


Há a possibilidade de a mulher do ex-goleiro, Ingrid Calheiro, fixar residência na cidade; TJMG afirma que o pedido ainda não foi apreciado

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Goleiro Bruno Fernandes está em presídio desde julho de 2010
runo foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, acusado de ser o mandante do assassinato de Eliza Samudio
PUBLICADO EM 29/01/14 - 12h56
A defesa do ex-goleiro Bruno Fernandes tenta mais uma artimanha para livrá-lo da cadeia convencional. A ideia agora é tentar transferir o ex-atleta da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), em Nova Lima ou para uma das unidades prisionais que existem em Montes Claros, no Norte de Minas.

A assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o pedido de transferência ainda não foi apreciado. Um dos impedimentos era o fato de não haver nos autos comprovação de residência do ex-goleiro na comarca de Nova Lima, mas nesta quarta-feira (29), o advogado de defesa Francisco Assis Simim apresentou um documento constando o aluguel de um imóvel em Rio Acima.  
Ainda segundo Simim, os motivos do pedido de transferência são o fato de que Bruno não tem recebido a visita da mãe, que já é idosa, e também o fato de ele estar longe dos filhos, o que o deixaria triste. 
Segundo o advogado Lúcio Adolfo, cogita-se até a possibilidade de a mulher dele, Ingrid Calheiros, fixar residência em Nova Lima para que Bruno consiga cumprir os requisitos necessários para ser aceito em uma Apac.
Após a entrega do documento sobre a residência de Bruno, o juiz da Vara de Execuções Criminais de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, vai abrir vista ao Ministério Público e, na sequência, informar sobre a possibilidade de transferência. 
Além disso, a defesa de Bruno também levantou a possibilidade de ele trabalhar no Villa Nova Atlético Clube, como jogador, mas a possível conversa não foi finalizada.
A assessoria do clube informou que, no final do ano de 2013, os advogados do ex-atleta tentaram negociar o passe de Bruno com o presidente da instituição, mas como o time renovou com o goleiro Thiago Braga e ainda contratou um novo jogador da mesma posição, não há mais o interesse no ex-goleiro das equipes do Flamengo e Atlético-MG.
Outro pedido
O juiz Afonso José de Andrade, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Contagem, havia confirmado apenas o recebimento da solicitação de transferência para a Comarca de Montes Claros, na última quinta-feira (23), antes do comprovante de residência em Rio Acima ser apresentado.
Neste caso, o pedido ainda será analisado por um juiz  de Montes Claros e o processo também está nas mãos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Caso haja uma aprovação, o juiz de Contagem comunica a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que encontrará uma vaga para Bruno no Presídio Alvorada de Montes Claros ou no Presídio Regional de Montes Claros.
Como um preso é selecionado para ir para uma Apac
Para ir para uma Apac, o detento precisa preencher alguns requisitos. De acordo com o desembargador Jarbas de Carvalho Ladeira Filho, coordenador do projeto Novos Rumos do TJMG, a seleção é feita pelo juiz da Vara de Execuções Penais.
Primeiro, a condenação do candidato já precisa estar definida. Depois, é realizado um levantamento de pena e um atestado carcerário atualizado da unidade prisional na unidade em que o indivíduo está recluso. Além disso, é preciso providenciar a ficha de antecedentes criminais, bem como o comprovante de residência da família. Parentes precisam morar na mesma cidade onde se encontra à Apac.
Ainda conforme o magistrado, após a análise dos critérios, o pedido é encaminhado para a Apac, que realiza um estudo com o interessado e seus familiares. “Há exigências que foram especificadas acima, devendo notar-se que o preso, para ir para uma Apac, deve ter o perfil próprio, já que o sistema é baseado na autodisciplina, coisa de que nem todos os detentos são capazes”, explica Filho.
De acordo com o diretor-executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC) – entidade que congrega todas as Apacs e fiscaliza a aplicação da metodologia - Valdeci Antônio Ferreira, os detentos respeitam uma fila. Alguns mandam cartas para a Apac dizendo que estão dispostos a mudar a conduta.
Outra batalha na Justiça
Na semana passada, o ex-goleiro recorreu e conseguiu aprovação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para que a progressão do regime de sua pena para o semiaberto não fosse adiada, mesmo com o preso tendo perdido 59 dias de remissão da pena, devido a dias trabalhado, quando se envolveu em uma briga, no ano passado. Ex-atleta pode ter progressão de pena em 2020.
Condenação
Na madrugada do dia 8 de março de 2013, Dia Internacional da Mulher, sete jurados condenaram Bruno Fernandes a 22 anos e três meses de cadeia por ser o mandante do assassinato da sua ex-amante Eliza Samudio, após quatro dias de julgamento. O ex-jogador já havia sentando no banco dos réus em novembro de 2012, no entanto, após estratégia da defesa, o caso foi desmembrado e somente Macarrão e Fernanda foram julgados. 
Atualizada às 17h15.

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