quinta-feira, 21 de abril de 2011

Feriado, trânsito e esquema de segurança esvaziam 21 de Abril


 

Quem quis participar das solenidades precisou passar por grande burocracia e ficar longe da presidente Dilma


LUIZ COSTA
21 DE ABRIL
Presidente Dilma e governador Antonio Anastasia participaram das solenidades



O feriado prolongado, o trânsito intenso e o forte esquema de segurança armado pela Polícia Militar e pela segurança presidencial afastaram o povo da comemoração do Dia de Tiradentes, nesta quarta-feira (21), em Ouro Preto, Região Central do Estado. De acordo com a PM, mais de 600 homens, entre policiais rodoviários, do Batalhão de Eventos, Gate e policiamento aéreo fizeram a segurança na cidade história e nas BRs 040 e 356, que dão acesso a Belo Horizonte.

Ainda segundo o comandante de policiamento, o coronel Antônio de Carvalho, o trânsito nas rodovias começou a se intensificar às 3 horas da madrugada.

O caminho até Ouro Preto virou uma alternativa para motoristas que desejam ir ao Espírito Santo, Sul da Bahia e parte da Região Leste do Estado após uma ponte da BR-381 ceder na quarta-feira.

A Praça Tiradentes foi totalmente isolada e dividida em três partes com divisórias metálicas para a cerimônia de entrega de medalhas. Moradores e turistas que resolveram encarar os 98 quilômetros de estrada entre BH e Ouro Preto para ver a presidente Dilma Rousseff de perto tiveram que ocupar o terço final da praça.

Antes disso, no entanto, tiveram que enfrentar uma fila de mais de 40 minutos e muita burocracia. Eram obrigatórios a apresentação de documentos com fotos, o preenchimento de um cadastro e passar pela revista de agentes da guarda presidencial. O resultado é que mais da metade do espaço ficou vazio.

“Não tem nem como chegar perto para gritar para a Dilma gastar melhor nossos impostos. É tudo muito irreal” criticou a empresária Valéria Lobos, que durante a cerimônia tentou, sem sucesso, circular o cercado metálico para chegar mais perto da presidente. “Esta é a última vez que venho no 21 de Abril”, assegurou, depois de criticar o esquema de segurança.

Inconfidentes enterrados


Antes da cerimônia de entrega de medalhas, a presidente Dilma Roussef e o governador Antônio Anastasia participaram do sepultamento dos inconfidentes José Resende Costa, Domingos Vidal da Barbosa, e João Dias da Mota. Os restos mortais dos três foram colocados ao lado dos túmulos dos outros 13 inconfidentes já sepultados no Memorial da Inconfidência, instalado no prédio que durante o período colonial abrigou a Cadeia Municipal.

Após o sepultamento, feito pelos cadetes da Academia da Polícia Militar de Minas Gerais, a presidente recebeu flores de um grupo de alunas da Escola Estadual Marília de Dirceu, de Ouro Preto.

Cachorro consegue quebrar o protocolo

Um cachorro vira-latas marrom foi o único que conseguiu driblar o forte esquema de segurança armado na manhã desta quinta-feira pela guarda presidencial e pela PM. Enquanto a cerimônia de sepultamento dos inconfidentes era transmitido no telão armado na Praça Tiradentes, o cão invadiu a área vip e circulou pelo tapete vermelho, arrancando risadas das poucas crianças que se espremiam entre as grades de segurança e o casario histórico da Praça. Em menos de um minuto assessores do Governo do Estado atraíram o bicho e o expulsaram da área vip a chutes.

Gandarela e estudantes são manifestos isolados

Entre os poucos manifestantes que se aventuraram a protestar em Ouro Preto estavam membros do movimento Viva Gandarela. Os manifestantes distribuíram jornais e recolheram assinaturas para a acelerar a criação do Parque Nacional da Gandarela, que ocuparia parte dos municípios de Rio Acima, Caeté, Cocais e Barão de Cocais.

A área também é alvo de um megaprojeto de mineração, a Mina Apolo, da Vale. O projeto de licenciamento da mina está temporariamente suspenso a pedido do Ministério Público Estadual, que exigiu novos estudos ambientais.

Enquanto isso, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade está preparando documentação para criar um parque. “Estamos lutando para que este patrimônio dos mineiros, uma área responsável pelas nascentes de grande parte da água consumida pela Região Metropolitana de Belo Horizonte, seja preservado”, afirmou Saulo Albuquerque, um dos manifestantes.

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